Clinica Odontológica Silvânia Rocha

Clinica Odontológica Silvânia Rocha
Clinica Odontológica Silvânia Rocha 3019-8911 3052-1880

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Lampião e a blogagem Coletiva Escritos Lisérgicos Lendas Urbanas



A minha vó materna nasceu em uma cidade chamada Jeremoabo e desde pequena sempre ouvi falar que era uma das regiões mais secas do interior da Bahia.
Quando íamos dormir na casa dela (e nós adorávamos) ela ficava até tarde contando os causos dela e eu ficava bebendo cada palavra. Nossa! E ficava imaginando cada cena, cada detalhe.
Certa noite ela começou a falar de Lampião dizia que uma vizinha dela era parenta de uma integrante do bando chamada Dadá.
E foi assim
Minha vó dizia que Maria Bonita não era muito bonita kkk e ai de quem se atrevesse a chamá-la de outro nome.
Muito ciumenta contou que certa feita ficou sabendo que uma fazendeira ganhou um par de brincos de seu amado lampião. Sem saber se o fato era verdade ou não. Maria Bonita foi atrás da outra mulher pegou o facão e olhando cheia de ódio nos olhos da outra disse que ficaria com os brincos mas a orelha ficaria com os cachorros.
Ela dizia que por onde ele passava deixava rastro de dor e tristeza, que era história pura de quem dizia que ele tirava dos ricos para dar aos pobres isso raramente acontecia quando a cidade inteira se dispunha a ajudar o bando, dando guarida, moedas , roupas, comida e etc. Ai sim, antes de sair de tal cidade  ele deixava umas poucas moedas. Detalhe: moedas que roubou da própria cidade.
Minha vó contava que Dadá era namorada do Corisco que também fazia parte do bando e que assim que ele “namorou” com ela, “a bichinha” sangrou tanto que quase morre.
- Bichinha vó ? Bichinha? A mulher se entrega de bandeja para um cangaceiro muito mal e a senhora ainda chama de bichinha?  (kkk eu dizia)
Maria Bonita era tão ciumenta que quase mata uma das integrantes do bando de surra porque reparou que a tal mulher olhava a silueta de seu amado pela tenda de uma barraca.
As correções ela fazia na frente de todas as outras mulheres para servir de lição, de exemplo.

Meu avô fazia parte da policia no sertão e viva fora de casa nessa época atrás de lampião.
Ainda bebê minha bisavó quase entrega a sua filha (minha vó) para a mãe do lampião só foi recusada porque ela achou o bebe muito branco, parecendo uma alma penada kkk. Quero esse não. Mata! Disse por fim
Minha bisavó de joelhos segurando a barra da saia da mulher montada sob o cavalo, implorou por tudo e ainda pelo sentimento materno que por certo habitava na outra, uma vez que também era mãe.
Disse que um brilho estranho passou nos olhos da mulher e ela respondeu.
- Só porque se ajoelhou!  Mata mais não.
Ela contava que Lampião só gostava de tudo do bom e do melhor, imagina até perfume francês ele fazia questão de usar.

Essa é uma blogagem coletiva proposta por Christian V. Louis do blog Escritos Lisérgicos em parceria com o blog Uma Pandora e sua caixa.

Beijos e até a próximo post
Debby :)