Sempre achei o mês de setembro o divisor de águas da minha vida.
Sempre gostei do mês de setembro porque com ele sinto antes mesmo de tocar o cheirinho das flores, que alegram os meus dias.
O cheirinho de terra molhada da chuva da estação passada que está se despedindo gradativamente. Limpando a minha alma de toda sensação de lixo emocional.
Setembro é um mês de boa nova e acredito que sempre será. Coincidentemente meu irmão faleceu no mês de setembro. Antes essa ideia me doía bem mais e deixava a minha visão turva para enxergar as belezas que nascem junto com o mês de setembro.
E foi nesse mês de setembro em 2001 que minha alma virou pelo avesso. Acho que já escrevi isso antes por aqui... lembro que tinha em cima do meu guarda-roupa um monte de presentes do meu primeiro casamento que nunca usei, esperando a ocasião especial.
Nessa noite de 1 de setembro... com o vazio da alma já não tinha mais lágrimas para chorar. Olhei para o móvel e quando vi aquelas caixas... meu estomago virou, uma ânsia de sair dali correndo de mim se apossou e comecei a abrir um por um.
Aquilo que meus olhos não queriam coloquei num saco para doação (hoje percebo pela primeira vez que sempre tive facilidade para praticar o desapego no geral, a exceção dos meus livros.... uiii esses demoraram viu ? kkk ) e outros comecei a usar naquela mesma noite.
Para que esperar o dia de amanhã para fazer algo especial ?
Que ocasião especial é essa que não pode ser vivida, sentida hoje ?
Deus nessa época até tentava ser mais meu amigo mas algo em mim se travou quando a adeus vem direito das mãos dele. E foi quando vendo um beija-flor tentando se equilibrar no varal de roupa. Bailando lindo, mágico... que a máquina não quis pegar.
Aliás eu mal respirava para não espantar aquele pequeno pássaro.
E percebi naquele pequeno sinal de Deus que tudo acontece por algum motivo, alguma razão de ser por mais que nossa incompreensão, mesquinhez algumas vezes não queira enxergar.
E percebi mais uma vez nesse mês maravilhoso que:
E vi nos pequenos gestos diários,,, nos pequenos hábitos de carinho, de afago, de afeto que faz com que nossos dias se tornem especiais.
Não!
Não precisa ser aniversário disso ou daquilo... natal, ano novo, dia dos namorados... etc
Hoje é um dia infinitamente especial (ao meu entendimento) simplesmente porque estamos vivos!
Porque podemos ver... tocar, beijar e abraçar, adormecer e acordar.
Simplesmente porque podemos ter 24 horas de chances para demonstrar a alguém o quanto é especial em nossas vidas.
Hoje é um dia para ligar para aquele amigo de longas datas.
De escrever um e-mail, de dizer, de calar, de escutar.
E não esperar retorno de qualquer ação, palavra minha. Me faz mais leve, me faz entender que o tempo é senhor que responde a todas as perguntas, que esse mesmo tempo acalma, acalenta, cuida, espera e mostra mais dias, menos dias que:
Que é no hoje que colocamos todo e qualquer verbo em ação!
Ai ai setembro..... amooo :)
Bjs e até a próxima
Debby :)
