quinta-feira, 12 de abril de 2012

Dona Cida


Então aqui estou com minha insônia mais uma vez e navegando neste link ótimo da Maria Gadu com a Nextel parei nessa voz, nessa música (Dona Cila ) e voltei.
Voltei num tempo em que era criança numa fase para lá de conturbada da minha infância,  na minha entrada da pré-adolescência.
E lembrei da Cida, nossa primeira e única babá.... mas babá mesmo... de ficar anos e anos cuidando da gente e da casa, carinhosa, atenciosa e nossa!, gostava de pentear meus cabelos como ela mesma dizia e fazia rabo de cavalo e ficava horas fazendo e modelando os cachinhos que ela adorava. E hoje eu venero completamente.
Agora com as lágrimas nos olhos lembrei dela com carinho e muita, mas muita gratidão.
Dela que sempre me defendia, que hoje eu digo com a naturalidade que antes não tinha... de um dia euzinha aqui ter sido comparada por um parente a um pano de chão... (cuma???) pois foi!!. Mas para minha sorte foi na frente da cida.
Que me defendeu com unhas e dentes e se eu já tinha problemas com o meu, por mim também pré-conceituado estereotípo ruivo sardento, fruto de uma familia morena com poucas ou nenhuma sarda. Nossa abalou geral.... e foi o estopim para aquelas palavras soares como badaladas em minha alma, (sensivel por demais para mim rsrs) e ficarem por um bom tempo ressonando, ecoando em meus ouvidos internos.
A auto-estima foi mesmo parar na chommmm rsrsrs mas ela estava lá a Cida, que me sacodiu literalmente querendo me tirar daquele transe hipnótico, onde as lágrimas caiam livres , leves e soltas pelo meu rosto.
Era pequena para mandar a pessoa para a PQP e dizer com toda furia que o momento pedia (- pano de chão é vocêêêêêêêêê) mas antes de ser pequena aprendi desde ai a respeitar os mais velhos por meus pais, principalmente quando eram parentes. E se hoje tenho um Q de tonha rsrsr imagina aos 09. 10 anos de idade ??? kkkkk
E qual mãe carinhosa e nunca me esqueço, cida me pegou no colo afetivo, carinhoso e disse olhando em meus olhos enquanto arrumava meus cabelos que eu já tinha dado um xilique a sós com ela (Cida) num dos quartos da casa, dizendo as minhas primas que era para irem sem mim que não ia mais.. etc etc e etc.
Olhando em meus olhos ela me colocou na frente do espelho e me mostrou enquanto penteava meus cabelos...
- Você sabe que tem gente que pinta cabelo para ficar assim vermelho que nem o teu ?
E a minha inocência perguntou:
- Verdade Cida ?
E ela:
- Olha como o seu cabelo é bonito ? olha como combina com as sardas ?, você é muito bonita e quem desdenha assim de você é porque tem inveja besta !!! rsrs
E riu e aquele sorrisão me ganhou. (Sorrindo fazendo meu eu )
Mas demorou, demorou para que eu faça o que faço hoje desfiles e mais desfiles em frente ao espelho cantando ( ela é puro extase do Barão Vermelho ) rsrsrsrrs, me dá beijinhos e piscadinha em elevadores ( no espelho claro !!!) e dizer a mim mesma que nem o Crô da fina estampa.. - Olha que belezura depele, olha quebela !!! rsrsrs

Então maravilhada pela voz da Kelly que acordou de meu gigante para lá de adormecido, lembranças que hoje só me fazem ser grata a Deus pela minha perfeição dentro da imperfeição humana e essa beleza para lá linda de ser ver... rsrsrs Te mete !!!! 

Cida onde quer que você esteja neste momento espero que cheia de vida, de graça,  com seus sonhos e metas realizados, e acima de tudo bem e em paz. Porque você também foi um dos meus primeiros formatos de amor que aprendi a conhecer, sentir, viver e admirar... a gratidão.
E essa foi umas das formas que eu encontrei para demonstrar toda a minha gratidão a Deus e a você por ter cruzado no meu caminhar.

Bjs e até a próxima.


Dona Cila
Maria Gadú

De todo o amor que eu tenho
Metade foi tu que me deu
Salvando minh'alma da vida
Sorrindo e fazendo o meu eu

Se queres partir ir embora
Me olha da onde estiver
Que eu vou te mostrar que eu to pronta
Me colha madura do pé

Salve, salve essa nega
Que axé ela tem
Te carrego no colo e te dou minha mão
Minha vida depende só do teu encanto
Cila pode ir tranquila
Teu rebanho tá pronto

Teu olho que brilha e não para
Tuas mãos de fazer tudo e até
A vida que chamo de minha
Neguinha, te encontro na fé

Me mostre um caminho agora
Um jeito de estar sem você
O apego não quer ir embora
Diaxo, ele tem que querer

Ó meu pai do céu, limpe tudo aí
Vai chegar a rainha
Precisando dormir
Quando ela chegar
Tu me faça um favor
Dê um banto a ela, que ela me benze aonde eu for

O fardo pesado que levas
Deságua na força que tens
Teu lar é no reino divino
Limpinho cheirando alecrim

2 comentários:

  1. Linda a história de sua babá e das marcas boas que ela deixou em sua vida!

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    Respostas
    1. Oi Kinha
      Que bom te ver por aqui...
      Com certeza as marcas boa da vida e isso é que levamos desse mundão afora.

      Bjs
      Debby :)

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